sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Crónica#2#2016




Podia começar por dizer que estou apaixonada. Afinal, isso não seria normal? 
Estar apaixonado é algo pelo qual todos os seres humanos passam. É normal. Então sim, poderia começar por dizer que estou apaixonada. Mas apenas isto chega? 
Não chega. Não chega porque eu não sou uma pessoa normal. Não chega porque tu não és normal. Não chega porque nada na nossa história é normal. E podes então perguntar-me o quê que a minha paixão difere das outras paixões sentidas por almas iguais a nós? 
É simples. E é tão simples que muda todo o curso de uma existência e me obriga a alterar o início, a primeira frase desta história. Estou apaixonada há 18 anos. 
E penso, assim chega? Não, não chega. Há certamente casais apaixonadas há mais tempo. Mas aí é que está. Primeiro, não somos um casal. Segundo, nem sequer sei se o sentimento é recíproco. Como se manteve então esta chama? 
Podia responder que um dia me deste um chocolate que dizia “as coisas duram o tempo suficiente para serem verdadeiras” e eu te respondi que o “teu chocolate está errado, as coisas duram enquanto forem verdadeiras” e tu prontamente disseste “é por isso que nós dura para sempre”. Mas ambos sabemos que este “nós” não durou para sempre. Este “nós” acabou há demasiado tempo… num tempo em que eu ainda era elegante, ainda corria feita maluca atrás de uma bola de basket, num tempo em que cantar, dançar e fazer teatro não eram o que eu mais gostava, mas eram sim, quem eu era! E apesar disso, ainda há uns dias me disseste “é por isso que nós dura para sempre”… E dura.


Então começar a escrever… começar uma história de amor sem o ser. Uma história que deveria ser de amor e que não foi. Ou que sempre foi mas não ficou para a história. É isso que me proponho fazer. Para te dar, um dia, talvez… num “nós para sempre”.


Aproveitem <3


Texto : Amiga Z
Foto: Nós Mulheres

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